ImperVeritas / Coberturas planas
Anomalias frequentes
As coberturas planas de edifícios estão sujeitas a diversas anomalias que comprometem o seu desempenho, durabilidade e estanquidade. Estas anomalias podem ter origem em fatores como a degradação natural dos materiais, falhas de execução, conceção inadequada dos sistemas ou falta de manutenção regular. Entre as mais frequentes destacam-se o desgaste superficial, a fratura, o descolamento, o empolamento, a fissuração, a corrosão, a acumulação de detritos, as deficiências de inclinação e a conceção incorreta de elementos construtivos, como juntas, caleiras, tubos de queda e remates. O conhecimento destas anomalias e das suas causas é fundamental para a adoção de boas práticas de projeto, execução e manutenção, assegurando a longevidade e eficiência das coberturas planas.
Desgaste superficial
O desgaste superficial das camadas da cobertura plana de edifícios é uma anomalia significativa que pode comprometer a funcionalidade e a durabilidade das coberturas ao longo do tempo. Este desgaste refere-se ao envelhecimento, deterioração, oxidação e outros processos que afetam as camadas de impermeabilização e proteção das coberturas, comprometendo a sua capacidade de resistir às condições climáticas e de proteger a edificação contra infiltrações e danos estruturais.
Fratura / rotura
A fratura ou rotura é uma forma extrema de fissuração que pode ocorrer tanto em zonas correntes como em pontos singulares das coberturas. O calor reduz a ductilidade da camada de impermeabilização e do próprio sistema, diminuindo a sua capacidade de resistir às deformações causadas pelas variações de temperatura e pela circulação de pessoas. A radiação solar pode provocar o envelhecimento térmico (“heat aging”) e levar à rotura da membrana, enquanto o vento pode causar danos parciais ou totais, expondo a cobertura aos agentes atmosféricos. Nas membranas fixas mecanicamente, uma fixação inadequada intensifica as tensões provocadas pelo vento, aumentando o risco de rotura ou fissuração.
Descolamento / arrancamento
O descolamento ou arrancamento ocorre quando o vento exerce uma pressão de sucção sobre a cobertura. Para reduzir este problema, recomenda-se o uso de membranas de impermeabilização aderentes, que oferecem maior resistência devido à ligação entre a camada de isolamento e o sistema de aderência. Contudo, é essencial garantir uma correta execução, especialmente no perímetro e nos pontos singulares. O efeito de sucção é variável no tempo e mais intenso nas extremidades. Além disso, o calor excessivo pode amolecer os produtos de colagem das juntas, tornando-os viscosos e aumentando o risco de descolamento.
Formação de pregas / empolamento
O empolamento consiste em sobreelevações ou bolsas visíveis na superfície do revestimento de impermeabilização e resulta sempre da presença de água e da sua transformação em vapor. Esta anomalia ocorre devido à existência de humidade e de vapor de água aprisionado entre as camadas do sistema de impermeabilização ou entre este e o seu suporte, provocando a formação de bolhas ou deformações na cobertura.
Fissuração
A fissuração no revestimento de impermeabilização de coberturas planas é uma das maiores preocupações para proprietários e gestores de edifícios em Portugal. Com o passar do tempo, a deterioração do sistema de impermeabilização pode gerar sérios problemas, como infiltrações e danos estruturais. Contudo, esses problemas podem ser evitados com uma abordagem profissional e especializada, que garanta a durabilidade e eficiência do sistema.
Perfuração
A perfuração da impermeabilização na cobertura plana de um edifício é uma anomalia que pode comprometer seriamente a função de impermeabilização da cobertura, permitindo a infiltração de água. Esta falha no sistema de impermeabilização pode ocorrer por diversos fatores, prejudicando a integridade da estrutura e comprometendo a eficácia do sistema de proteção contra a humidade.
Ausência / posicionamento inadequado de camada
A ausência ou posicionamento inadequado do isolamento térmico na cobertura plana de um edifício, e, estando a laje da cobertura submetida a variações térmicas muito mais relevantes do que as lajes de pisos intermédios, se não houver isolamento térmico ou se for insuficiente, estas variações, podem originar movimentos do último elemento exposto e, para além disso, graves problemas tanto no sistema de impermeabilização como na estrutura do edifício.
Acumulação de detritos
A acumulação de detritos diversos nas coberturas planas de edifícios, junto às embocaduras dos tubos de queda, e a obstrução das próprias embocaduras são fatores que dificultam a descarga normal das águas pluviais da cobertura, fazendo assim com que ela se acumule e permaneça, durante períodos mais ou menos prolongados. Os detritos referidos são, normalmente, folhas de árvore, granulado da camada de proteção, poeiras, mas também pássaros mortos.
Deficiências de inclinação / empoçamento
As deficiências de inclinação ou empoçamento nas coberturas planas de edifícios ocorrem quando existe acumulação de água, que é possivelmente, o fator que mais influência tem na deterioração do sistema da cobertura.
Colonização biológica
A colonização biológica nas coberturas planas de edifícios encontra-se relacionada com a frequência, tipo e quantidade de precipitação, estando estes fatores subjugados à localização geográfica. Toda a água proveniente da precipitação deve ser escoada da superfície da cobertura plana, sendo que, quanto mais tempo permanecer acumulada na cobertura, mais favorece a colonização biológica ou a acumulação de detritos. Esta anomalia pode ocorrer em qualquer local da cobertura, seja em zona corrente ou em pontos singulares e, por essa razão, as inspeções e a manutenção adquirem especial relevância.
Corrosão
A corrosão nos componentes metálicos das coberturas planas ocorre em elementos como caleiras, parafusos, anilhas, peças de fixação, rufos e ralos. Esta anomalia está frequentemente relacionada com a presença de humidade e com a utilização de materiais inadequados, o que acelera o processo de deterioração e compromete a durabilidade do sistema de cobertura.
Manchas de humidade de condensação / infiltração
As infiltrações apenas ocorrem quando existe uma falha no sistema de impermeabilização da cobertura, enquanto, no caso das condensações, por exemplo no paramento interior do último piso, basta que se registe um diferencial de temperatura entre a superfície interior (fria) e o ar ambiente, no caso da condensação superficial.
Conceção inadequada de juntas de dilatação
A conceção inadequada das juntas de dilatação em coberturas planas é um problema comum em Portugal, devido à sua complexa execução e à necessidade de manter a estanquidade face a fatores como envelhecimento, vento e circulação de pessoas. Estas juntas devem permitir a acomodação das deformações provocadas pela variação térmica e outros agentes, sendo recomendável a sua disposição ao longo de toda a superfície da membrana para criar áreas menores e mais flexíveis. Quando bem concebidas, as juntas de dilatação reduzem as tensões transmitidas à impermeabilização por efeitos de temperatura, vento, humidade, corrosão e vibrações.
Conceção inadequada de tubos de queda
A conceção inadequada dos tubos de queda em coberturas planas inclui situações como a ausência dos próprios tubos ou de ralos nas embocaduras, o que favorece a obstrução e compromete o escoamento das águas pluviais — problema agravado quando a secção de escoamento é insuficiente. Estes tubos, localizados nos pontos de menor cota e no final das caleiras, podem ser interiores ou exteriores e têm a função de drenar a água da cobertura. Para garantir o bom funcionamento do sistema, é essencial prever o rebaixamento da camada de forma nas imediações das embocaduras, evitando sobreelevações no revestimento de impermeabilização.
Conceção inadequada de tubos ladrão
A conceção inadequada do descarregador de superfície, ou tubo ladrão, em coberturas planas corresponde a uma falha no sistema de drenagem secundário, responsável por escoar o excedente de água quando os tubos de queda não conseguem dar vazão suficiente. Estes tubos são especialmente importantes em situações de chuvas intensas, pois evitam a acumulação prolongada de água na cobertura. Para garantir o seu correto funcionamento, devem ser instalados a uma cota superior à dos tubos de queda, permitindo que, em caso de entupimento ou nível elevado de água, esta seja desviada diretamente para o exterior.
Conceção inadequada de juntas de sobreposição
A conceção inadequada das juntas de sobreposição das membranas de impermeabilização em coberturas constitui uma anomalia que pode comprometer seriamente o desempenho do sistema. Estas juntas são elementos críticos, sobretudo nos sistemas de camada única fixados mecanicamente, pois garantem a estanquidade e a continuidade da impermeabilização. O desconhecimento ou desconsideração dos fatores que influenciam o seu comportamento aumenta o risco de falhas, tornando essencial uma correta conceção e execução para assegurar a durabilidade e eficácia do sistema.
Conceção inadequada de caleiras
As caleiras têm uma função: recolher a água da chuva e conduzi-la através de canais específicos, com inclinações adequadas para o efeito, para as saídas de água que a irão conduzir e afastar da fachada e fundações do edifício.
Fixações deficientes
A fixação inadequada no isolamento térmico de coberturas de edifícios é um problema significativo, pois pode comprometer a eficiência energética e a durabilidade da estrutura, além de afetar o desempenho da impermeabilização. A ausência ou deficiência nas fixações, especialmente nas áreas de isolamento térmico e remates, pode provocar diversos problemas, como arrancamento, descolamento e deslizamento por fluência, prejudicando o sistema como um todo.
Capeamento deficiente
O capeamento deficiente das platibandas nas coberturas de edifícios é um problema que pode comprometer gravemente a impermeabilização e a durabilidade das estruturas, especialmente nas áreas expostas à ação da água da chuva. As platibandas são as partes das coberturas que ficam à vista, geralmente no topo de muros ou paredes, e o capeamento refere-se ao remate da impermeabilização dessas áreas, que deve proteger contra a penetração de água e evitar infiltrações.
Remates deficientes
Os remates deficientes na cobertura de edifícios é uma anomalia que pretende cobrir todas as anomalias relacionadas com a ausência e/ou insuficiência de remates, em locais como soleira de portas, elementos emergentes, juntas e platibandas.




























